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Creation date | 2015-06-27 15:14:13 | |||
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Além da árvore de lótus, a fronteira suprema é um lugar em que, com uma única exceção, nenhum humano jamais esteve. A viagem noturna e a ascensão através dos céus culminaram com o profeta Muhammad atravessando a fronteira suprema e se apresentando na presença de Deus Todo-Poderoso. Além da árvore de lótus é a região da Outra Vida, do Paraíso, do trono de Deus e do próprio Deus.
A palavra milagre não é suficiente para descrever a maravilha que deve ter sido para o profeta Muhammad. É além de descrição e imaginação. Entretanto, o profeta Muhammad não viu Deus com seus olhos, como Deus nos conta no Alcorão:
“Os olhares não podem percebê-Lo.” (Alcorão 6:103)
Um dos companheiros perguntou ao profeta Muhammad diretamente se ele tinha visto Deus, ao que ele respondeu:
“Ele é velado pela luz e eu não pude vê-Lo.” (Saheeh Muslim)
Permanece o fato, entretanto, que Muhammad, o profeta de Deus, se apresentou na presença de Deus.
Deus falou ao profeta Muhammad e não temos detalhes da troca exceto que Deus determinou as orações diárias para o profeta Muhammad e seus seguidores. A partir disso, imediatamente compreendemos a importância da oração. É o único mandamento que Deus ordenou nos céus; todos os outros decretos se originaram na terra. A oração é uma dádiva de Deus para aqueles que verdadeiramente crêem em Sua Unicidade. Deus concedeu essa dádiva ao profeta Muhammad que, por sua vez, a deu aos seguidores do Islã. É uma dádiva cheia de grandes bênçãos e graças. Estabelece e mantém nossa conexão com Deus. Deus não precisa de nossas orações, mas nós, como seres humanos impotentes, precisamos muito de nos sentir conectados a Ele. De fato, a palavra árabe para as cinco orações diárias é salah, que vem da palavra raiz que significa “conexão”.
“Observai as orações, especialmente as intermediárias, e consagrai-vos fervorosamente a Deus.” (Alcorão 2:238)
Deus determinou 50 orações para o profeta Muhammad e seus seguidores. Quando o profeta Muhammad estava descendo passou pelo profeta Moisés que pediu para saber o que havia sido determinado. Quando o profeta Muhammad explicou que lhe tinha sido ordenado orar 50 vezes por dia, Moisés ficou atônito e imediatamente disse: “Volte para seu Senhor e peça uma redução”. Quando Deus prescreveu 50 orações o profeta Muhammad aceitou, mas Moisés, sendo ele próprio um grande profeta, sabia a partir de seus seguidores com o que as pessoas podiam e não podiam lidar em relação a obrigações religiosas. Estava certo que os seguidores de Muhammad não seriam capazes de realizar tantas orações. O profeta Muhammad tinha conhecimento, mas o profeta Moisés nessa época tinha mais experiência.
O profeta Muhammad aceitou o conselho de seu irmão mais velho/profeta, voltou para a presença de Deus e pediu uma redução. Deus as reduziu para quarenta orações. O profeta Muhammad desceu novamente e o profeta Moisés lhe perguntou o que tinha acontecido. Ao ouvir que a redução era de apenas dez, o profeta Moisés o enviou de volta para pedir novamente mais redução.
Essa troca continuou até que o número de orações obrigatórias se tornou cinco. O profeta Moisés sugeriu mais uma redução, dizendo: “Ó Muhammad, conheço seu povo e sua nação não será capaz de lidar com isso. Volte e peça que o encargo sobre seu povo seja aliviado.” O profeta Muhammad respondeu: “Não”. Sentia-se envergonhado de pedir mais redução e disse que estava satisfeito com cinco orações diárias. Uma voz ressoou, dizendo: “As orações foram reduzidas para cinco, mas eles serão recompensados como se fossem cinquenta”. Deus deixou claro para nós que mesmo fazer essas cinco orações pode ser difícil para algumas pessoas, mas aqueles que estabelecerem a conexão e confiarem que um dia encontrarão seu Senhor as acharão fáceis.
“Amparai-vos na perseverança e na oração. Sabei que ela (a oração) é carga pesada, salvo para os humildes, que sabem que encontrarão o seu Senhor e a Ele retornarão.” (Alcorão 2: 45-46)
Essa noite milagrosa foi concluída com esse sinal da misericórdia de Deus. Imagine como seria difícil orar 50 vezes ao dia. Embora tenhamos aprendido durante essa viagem que Moisés chorou quando percebeu que o profeta Muhammad teria mais seguidores que ele no Dia do Juízo, também aprendemos o quanto o profeta Moisés estava ansioso para aconselhar o profeta Muhammad e o quanto estava empenhado em facilitar a prática do Islã para os crentes. A competição entre os profetas era de amor e compaixão e disso aprendemos como tratar uns aos outros. Embora Deus nos diga para competirmos uns com os outros em atos de virtude, devemos encorajar e capacitar uns aos outros a fazer isso de forma fácil.
“Emulai-vos, pois, na benevolência, porque todos vós retornareis a Deus, o Qual vos inteirará das vossas divergências.” (Alcorão 5:48)
O profeta Muhammad então desceu para a mesquita sagrada em Meca. Os companheiros do profeta estavam agora prestes a enfrentar o maior teste de fé até então. Muhammad, o profeta de Deus, estava prestes a revelar que tinha retornado de uma viagem noturna até a masjid mais distante de Jerusalém, uma viagem que normalmente levava mais de um mês. Também estava prestes a dizer que havia viajado para onde nenhum homem tinha ido antes, através dos céus e na presença de Deus. Essa foi uma viagem milagrosa à noite, mas seus companheiros acreditariam nele? E como seus inimigos reagiriam?