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Creation date | 2014-02-27 13:43:40 | |||
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Inicialmente, os descrentes de Meca disseram que Muhammad era o autor do Alcorão. Deus respondeu a eles:
“Ou dizem, ‘Ele próprio inventou [essa mensagem]'? Não, mas eles não estão dispostos a crer! Então, que façam vir uma mensagem igual a ele [o Alcorão], se são verídicos. Ou foram eles criados do nada, ou são eles os criadores?
(Alcorão 52:33-35)
Primeiro, Deus os desafiou a produzir dez capítulos como o Alcorão:
“Ou dizem, ‘Ele o forjou’. Dize, 'Fazei vir dez suratas forjadas, iguais a essa, e convocai (em sua ajuda) quem puderdes, ao invés de Deus! - Se sois verídicos! Se eles não vos atendem, sabei que essa revelação desceu com a ciência de Deus, e que não existe deus exceto Ele! Se submetereis então ao Islã?” (Alcorão 11:13-14)
Mas, quando eles foram incapazes de cumprir o desafio de dez capítulos, Deus o reduziu a um único capítulo:
“E se estais em dúvida acerca do que fizemos descer sobre Nosso servo, fazei vir uma surata igual à dele, e convocai vossas testemunhas, ao invés de Deus, se sois verídicos. Mas se não o fizerdes – e não o fareis – guardai-vos do Fogo, cujo combustível são os homens e as pedras, preparado para os descrentes.” (Alcorão 2:23-24)
Finalmente, Deus predisse seu fracasso eterno em cumprir o desafio divino:
“Dize: ‘Se toda a humanidade e os jinns[1] se juntassem para produzir algo igual a este Alcorão, não fariam vir nada igual a ele, ainda que empregassem todos os seus esforços ajudando-se mutuamente.” (Alcorão 17:88)
O Profeta do Islã disse:
“Cada Profeta recebeu ‘sinais’ pelos quais as pessoas acreditariam nele. Eu recebi a Revelação Divina que Deus me inspirou. Assim, eu espero ter mais seguidores do que todos os profetas no Dia do Juízo.” (Saheeh Al-Bukhari)
Os milagres físicos realizados pelos profetas foram para uma época específica, válidos apenas para aqueles que os testemunharam, enquanto que o milagre contínuo de nosso Profeta, o Nobre Alcorão, não foi concedido a nenhum outro profeta. Sua superioridade lingüística, estilo, clareza de mensagem, força de argumentação, qualidade retórica, e a inabilidade humana de equiparar até mesmo o mais curto dos capítulos até o fim dos tempos concedem a ele sua requintada singularidade. Aqueles que testemunharam a revelação e aqueles que vieram depois, todos podem beber de sua fonte de sabedoria. Por essa razão o Profeta da Misericórdia esperava ser o que teria o maior número de seguidores de todos os profetas, e profetizou isso em uma época em que os muçulmanos eram poucos, mas então eles começaram a entrar no Islã em grande quantidade. Portanto, essa profecia se cumpriu.
Ele era um ser humano comum.
Ele era iletrado. Ele não podia ler nem escrever.
Ele tinha mais de quarenta anos quando recebeu a primeira revelação. Até então ele não era conhecido por ser um orador, poeta, ou um homem de letras; ele era apenas um mercador. Ele não compôs um único poema ou fez um único sermão antes de ser escolhido para ser um profeta.
Ele trouxe um livro atribuindo-o a Deus, e todos os árabes de seu tempo concordaram que era inimitável.
O Alcorão apresenta um desafio para qualquer um que se oponha ao Profeta. O desafio é produzir um capítulo (surata) semelhante a ele, mesmo se for através de um esforço cooperativo. Uma pessoa pode convocar toda a ajuda que ela puder ter nos campos físico e espiritual.
Primeiro, os árabes eram poetas. A poesia era o seu ornamento supremo e a sua forma mais representativa de discurso. A poesia árabe estava enraizada no oral; era uma voz antes de adquirir um alfabeto. Os poetas podiam compor poemas intrincados espontaneamente e memorizar milhares de linhas. Os árabes tinham um sistema complexo de avaliação de um poeta e a poesia devia atender a padrões rígidos. Uma competição anual selecionava os ‘ídolos’ da poesia, e eles eram gravados em ouro e pendurados dentro da Caaba, junto com seus ídolos de adoração. Os mais qualificados atuavam como juízes. Os poetas podiam deflagrar guerras e promover pactos entre as tribos em guerra. Eles descreviam mulheres, vinho, e a guerra como ninguém mais.
Segundo, os oponentes do Profeta Muhammad estavam fortemente determinados a anular sua missão de qualquer maneira possível. Deus deu a eles uma abordagem não-violenta para refutar Muhammad.
A história é uma testemunha de que os árabes pré-islâmicos não puderam produzir um único capítulo que satisfizesse o desafio do Alcorão.[2] Ao invés de satisfazer o desafio, eles escolheram a violência e declararam guerra contra ele. Eles, de todos os povos, tinham a capacidade e o motivo para satisfazer o desafio corânico, mas não puderam fazê-lo. Se o tivessem feito, o Alcorão se provaria falso, e o homem que o trouxe teria sido exposto como um falso profeta. O fato de que os árabes antigos não puderam satisfazer esse desafio é prova da inimitabilidade do Alcorão. Seu exemplo é o de um homem sedento próximo a um poço, a única razão dele morrer de sede é se ele for incapaz de alcançar a água!
Além disso, a inabilidade dos árabes antigos em satisfazer o desafio do Alcorão implica que os árabes que vieram depois são menos competentes em fazê-lo, devido à sua falta de domínio do árabe clássico que os árabes anteriores, os ‘clássicos’, tinham. De acordo com lingüistas do idioma árabe, os árabes de antes e de durante o tempo do Profeta, excluindo as gerações subseqüentes, tinham o domínio mais completo da língua árabe, suas normas, métricas e rimas. Os árabes posteriores não equipararam o domínio dos árabes clássicos.[3]
Por fim, o desafio é para árabes e não-árabes. Se os árabes não puderam satisfazer o desafio, os que não falam árabe não podem alegar ter satisfeito o desafio também. Portanto, a inimitabilidade do Alcorão está estabelecido para os não-árabes também.
E se alguém disser: ‘talvez o desafio do Alcorão tenha sido satisfeito por alguém no tempo do Profeta, mas as páginas da história não o preservaram.’?
Desde o começo as pessoas relatavam eventos importantes às suas gerações seguintes, especialmente naquilo que chamava a atenção ou que as pessoas buscavam. O desafio corânico foi bem divulgado e bem conhecido, e se alguém o tivesse satisfeito, teria sido impossível não chegar até nós. Se tivesse sido perdido nos anais da história, então, em nome do argumento, também é possível que tenha existido mais de um Moisés, mais de um Jesus, e mais de um Muhammad; talvez muitas escrituras também tenham sido reveladas a esses poetas imaginários, e é possível que o mundo não saiba nada sobre isso! Assim como essas suposições são historicamente infundadas, também não é razoável imaginar que o desafio corânico foi satisfeito sem nos alcançar.[4]
Segundo, se tivessem satisfeito o desafio, os árabes teriam desacreditado o Profeta. Teria sido sua maior arma de propaganda contra ele. Nada disso aconteceu e, em vez disso, eles escolheram a guerra.
O fato de que nenhum esforço dos não-muçulmanos foi bem-sucedido em ‘produzir um versículo’ como um versículo do Alcorão significa que ou ninguém levou o Alcorão a sério o suficiente para fazer o esforço, ou se fizeram o esforço, não foram bem-sucedidos. Isso demonstra a inimitabilidade do Alcorão, uma mensagem única e eterna. A singularidade do Alcorão combinada com a mensagem divina que ele traz para a humanidade é uma indicação segura da verdade do Islã. Em face disso, toda pessoa é confrontada com uma das duas escolhas. Ele abertamente aceita que o Alcorão é a Palavra de Deus. Ao fazê-lo ele também aceita que Muhammad foi enviado por Deus e era Seu Mensageiro. Ou ele secretamente sabe que o Alcorão é verdadeiro, mas escolhe recusá-lo em seu coração. Se a pessoa que estiver nessa busca for honesta, só precisa explorar essa questão da inimitabilidade para nutrir a certeza interior de que realmente encontrou a verdade final na religião que ele prediz.
[1] Seres invisíveis com existência paralela a dos humanos.
[2] O fato é atestado por Orientalistas não-muçulmanos.
‘Que o melhor dos escritores árabes não tenha sido bem-sucedido em produzir qualquer coisa igual ao Alcorão em mérito não surpreende...’ (E.H Palmer (tradutor), O Alcorão, 1900, Parte I, Oxford, Clarendon Press, p. lv).
‘…e nenhum homem em quinze séculos jamais tocou naquele instrumento de tom profundo com tamanho poder, coragem e alcance de efeito emocional como Muhammad... Como monumento literário o Alcorão portanto se destaca por si mesmo, uma produção única da literatura árabe, não tendo predecessores e nem sucessores em seu próprio idioma...’.’ (H A R Gibb, Islam - A Historical Survey, 1980, Oxford University Press, p. 28).
e árabes cristãos:
‘Muitos árabes cristãos falam de seu estilo com grande admiração, e muitos arabistas reconhecem sua excelência. Quando é recitado em voz alta ele tem um efeito quase hipnótico que faz o ouvinte indiferente à sua sintaxe algumas vezes estranha e seu algumas vezes, para nós, conteúdo repulsivo. É essa qualidade que possui de silenciar o criticismo através da música doce de sua língua que deu vida ao dogma de sua inimitabilidade; de fato pode-se afirmar que dentro da literatura dos árabes, ampla e fecunda tanto em poesia quanto em prosa de alto nível, não existe nada comparável a ele.’ (Alfred Guillaume, Islam, 1990 (Reimpresso), Penguin Books, pp. 73-74)
[3] Rummani (falecido em 386 da Hégira), um erudito clássico, escreve: ‘Se alguém disser: “Você se apóia em sua argumentação no fracasso dos árabes beduínos, sem levar em conta os árabes pós-clássicos; ainda assim, de acordo com você, o Alcorão é um milagre para todos. Pode-se encontrar excelência no discurso dos árabes pós-clássicos”, o que se segue pode ser dito em resposta, “Os beduínos tinham desenvolvido e tinha pleno comando da estrutura gramatical completa do árabe mas entre os árabes pós-clássicos não havia ninguém que pudesse usar a estrutura plena do idioma. Os beduínos árabes eram mais poderosos em seu uso da língua plena. Se eles fracassaram na imitação do Alcorão, então os árabes pós-clássicos devem fracassar em uma extensão ainda maior.”’ (Textual Sources for the Study of Islam, tr. e ed. por Andrew Rippin e Jan Knappart)
[4] O argumento foi feito por al-Khattabi (falecido em 388 da Hégira).