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Creation date | 2014-04-06 14:27:28 | |||
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Vindo de uma perspectiva cristã, eu estava ansioso para ver que tipo de profecias foram relacionadas ao Alcorão e ao Profeta Muhammad. Que Deus o exalte. Ensinaram-me que se as profecias de um profeta não acontecessem, ele não era um profeta verdadeiro de Deus.
Existem várias dessas profecias no Alcorão mas eu destacarei apenas uma delas – na verdade eu já mencionei uma, a de que o Alcorão seria preservado. (De forma semelhante, Deus prometeu, apesar do Profeta ter vários adversários que queriam vê-lo morto, que Ele protegeria o Profeta Muhammad até que sua missão fosse concluída. De fato, o Profeta não morreu até Deus revelar o versículo, “Hoje completei a religião para vós...”)
Eu estou destacando essa profecia porque ela tem a ver com eventos que estavam completamente fora do controle do Profeta ou dos árabes.
Existe uma passagem do Alcorão na qual se lê:
“Os bizantinos foram derrotados. Em terra muito próxima; porém, depois de sua derrota, vencerão, dentro de alguns anos; porque é de Deus a decisão do passado e do futuro. E, nesse dia, os crentes se regozijarão, Com o socorro de Deus. Ele socorre quem Lhe apraz e Ele é o Poderoso, o Misericordiosíssimo.” (Alcorão 30:1-5)
Essa revelação chegou ao Profeta em uma época na qual os muçulmanos estavam sendo pesadamente perseguidos em Medina. De fato, foi mais ou menos na mesma época da primeira migração dos muçulmanos de Meca para a Abissínia - uma migração que ocorreu devido àquela perseguição. Foi no ano de 615 EC. Na mesma época, o Império Bizantino estava sendo completamente dominado pelos persas. Os idólatras de Meca se identificaram com os persas, que eram zoroastrinos e adoravam um deus da luz e um deus das trevas, enquanto que os muçulmanos se identificaram com os cristãos bizantinos, já que acreditavam em revelação de Deus, profetas e algo semelhante. De fato, a guerra entre o Império Bizantino e os persas foi descrita como um tipo de cruzada, já que muitos locais sagrados cristãos foram destruídos. Conseqüentemente, os descrentes de Meca estavam muito felizes com o que estava acontecendo. Foi nesse contexto que veio essa revelação de Deus.
Na verdade, mesmo após essa revelação vir, os bizantinos continuaram a perder terreno para os persas. A situação ficou tão ruim que o imperador bizantino foi forçado a mudar sua capital de Constantinopla para Tunis, no Norte da África. Entretanto, Deus afirmou que eles seriam vitoriosos dentro de três a nove anos.
Em resumo, o historiador britânico Gibbon escreveu: “Mesmo sete a oito anos após essa predição do Alcorão, as condições eram tais que ninguém poderia imaginar que o Império Bizantino jamais conseguiria superar o Irã. Sem considerar obter o domínio, ninguém poderia esperar que o Império, sob as circunstâncias, pudesse sobreviver.” [1]
Entretanto, Heráclito começou seu contra-ataque em 623 EC a partir da Armênia e em 624 EC ele destruiu o principal templo do fogo do Irã e derrotou os persas. Foi no mesmo ano em que a Batalha de Badr aconteceu. Depois dos muçulmanos serem forçados a fugir para Medina e depois do próprio Profeta migrar e estabelecer um estado islâmico lá, os descrentes de Meca continuaram a perseguir os muçulmanos e a tentar dar um fim ao Islã. O primeiro conflito militar entre os dois lados aconteceu na Batalha de Badr. Mal armados e em número inferior, o pequeno grupo de muçulmanos foi capaz de alcançar uma vitória surpreendente sobre os politeístas de Meca. Maududi escreve: “Ibn 'Abbas, Abu Sa'id Khudri, Sufyan Thauri, Suddi e outros declararam que a vitória dos romanos contra os iranianos e a vitória dos muçulmanos em Badr contra os politeístas ocorreram quase ao mesmo tempo. Os muçulmanos, portanto, ficaram duplamente satisfeitos. O mesmo é apoiado pelas histórias de Bizâncio e do Irã. 624 AD foi o ano no qual a Batalha de Badr ocorreu e o mesmo ano no qual o imperador bizantino destruiu o lugar de nascimento de Zoroastro e destruiu o principal templo do fogo do Irã.”[2]
[1] Gibbon, Decline and Fall of the Roman Empire (Declínio e Queda do Império Romano) (Nova Iorque: Modern Library), Vol. II, p. 788. Citado de S. Abul A’la Maududi, The Meaning of the Quran (O Significado do Alcorão, em tradução livre) (Lahore, Paquistão: Islamic Publications Ltd., 1981), vol. IX, p. 184.
[2] Ibid., vol. IX, p. 191.