Under category | O Profeta da Misericórdia _ Mohammad Mussád Yácut | |||
Creation date | 2011-01-11 16:25:34 | |||
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segundo ensaio
o perdão
o perdão é o ato de deixar de condenar pelo erro.1 o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) foi o alto exemplo de perdão pelos seus adversários, seus inimigos e os merecedores de castigo, como manifestação de sua misericórdia.
o perdão de mohammad.
marcel boisard comenta o perdão de mohammad (deus o abençoe e lhe dê paz), dizendo:
“apesar de ser combatido e perseguido, ele perdoava na hora de poder.”2
o escritor indiano, maulana mohammad áli3 declara o aspecto de perdão no caráter do mensageiro de deus (deus o abençoe e lhe dê paz) como um dos aspectos da misericórdia de mohammad à humanidade com detalhes e provas, dizendo:
“o perdão é outra jóia de excessivo brilho na personalidade do mensageiro de deus (deus o abençoe e lhe dê paz). ele encontrou a sua perfeita forma nele. o alcorão sagrado aconselhou-o a ser indulgente, recomendar o bem e afastar-se dos ignorantes.4
ele recebeu a explicação disso de deus, exaltado seja, da seguinte forma: “relacione-se com quem corta as relações consigo, dê a quem o priva, perdoe a quem lhe fez o mal.” o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) viveu de acordo com essa instrução nas situações mais constrangedoras. na batalha de uhud (chauwal, ano 3 da hégira/abril de 624 d.c.) quando foi ferido e caiu, e um de seus companheiros lhe pediu que amaldiçoasse aos seus inimigos, respondeu: “não fui enviado para amaldiçoar as criaturas, mas como orientador e misericórdia. ó deus, oriente o meu povo, pois não sabem o que fazem!”5 uma vez um beduíno jogou o seu manto no pescoço do profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) e o puxou com força. quando foi perguntado por que não fez o mesmo com o homem, respondeu: “não pago o mal com o mal nunca.”6
disse, ainda: “a história do mundo é incapaz de nos fornecer algo semelhante a esse generoso perdão que o mensageiro de deus mostrou para com aqueles grandes criminosos. aconselhar a ser indulgente e perdoar não custa nada. porém, o perdão aos torturadores necessita de enorme dignidade, principalmente, quando os torturadores estão sob o seu domínio.”7
sem dúvida, constatamos que o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) é a melhor pessoa quanto ao perdão, a mais amável de se conviver, indulta o maldoso e perdoa o errado de tal forma que o criador, glorificado e exaltado seja, o descreveu: “chegou-vos um mensageiro de vós mesmos, que tem pena do vosso infortúnio, anseia por proteger-vos, e é compassivo e misericordioso para com os crentes.” (9:128). deus, exaltado seja, ordenou-o adotar o método de indulgência, dizendo: “porém, indulta-os e perdoa-lhes os erros, porque deus aprecia os benfeitores.” (5:13).
segundo objeto de pesquisa: exemplos de seu perdão
primeiro: o seu perdão aos politeístas de makka no ano da conquista(ramadan, ano 8 da hégira/janeiro de 630 d.c.)
o escritor indiano, maulana mohammad áli fornece exemplos do perdão do profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) aos politeístas de makka depois de tudo que fizeram com ele. disse:
“o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) concedeu aoshabitantes de makka, que lhe ministraram e aos seus companheiros as mais bárbaras torturas, uma anistia geral.”8
o lord hidlay, comentando o perdão do profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) na conquista de makka, disse:
“perdoou, sem restrições nem condições todos aqueles que o perseguiram e o torturaram. recorreram a ele todos aqueles que o exilaram de makka. ele enriqueceu seus pobres, perdoou os mais ferrenhos inimigos dele, quando a vida deles estava em suas mãos e sob a sua misericórdia!”9
gullen disse:
“observem comigo como eles o expulsaram juntamente com os que o apoiavam de seus lares e os enclausuraram em uma região desértica, boicotando-os. eles penduraram os artigos daquele perverso boicote na parede da caaba. este boicote proibia o relacionamento com eles tanto em questão de comércio como de casamento.”
esse boicote durou três anos, obrigando os muçulmanos a comerem plantas, raízes e folhas de árvores, matando crianças e idosos por causa da fome, sem que os politeístas se importassem. não se contentando com isso, obrigaram-nos a abandonar suas casas e pátrias e emigrarem para locais longínquos. nem ali os deixaram em paz, mas com suas várias intrigas roubaram deles o gosto do sossego e da tranquilidade.”
durante as campanhas de badr e da trincheira envolveram-se com eles em batalhas sangrentas, vedando-lhes os mais simples direitos de visitarem a caaba. fizeram-nos retornar para seus lares depois de assinar um tratado com condições unilaterais. porém, deus, exaltado seja, os agraciou e conseguiram conquistar makka, com o mensageiro de deus entrando em makka liderando um enorme exército.”
como foi o seu tratamento aos habitantes de makka depois desse período repleto de inimizade e ódio? disse-lhes: “podem ir, estão livres.”10
se mohammad fosse um dos reis do mundo o sangue dos habitantes de makka teria sido derramado. porém, os recompensou com perdão. por isso, ingressaram em grupos na religião de deus.
segundo: o seu perdão aos povos do livro:
maulana mohammad áli disse:
“o seu perdão alcançou os seguidores de todas as religiões – judeus, cristãos, idólatras e outros. sua benevolência não se restringiu aos seus seguidores.”11
a exemplo disso, há o perdão à tribo judaica de bani cainucá que lhe declararam inimizade. tinha a capacidade de eliminá-los por completo na sua batalha contra eles em 15 de chauwal do ano 2 da hégira/9 de abril de 624, apesar do crime cometido por eles, descobrindo a vergonha de uma muçulmana em público, assassinando um muçulmano que defendeu a honra da mulher.
outro exemplo, o seu perdão à tribo judaica de banu nadhir, depois da tentativa fracassada para matar o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz). podia aplicar neles a sentença de morte pelo seu planejamento de matá-lo, como é costume em casos como esse nas leis internacionais. todos estavam sob o domínio dele depois de sua derrota na batalha contra os muçulmanos em rabiul auwal do ano 4 da hégira/agosto de 625 d.c. ele, porém, concedeu anistia geral a eles, em troca de sua saída além da fronteira do país.
terceiro: o seu perdão aos fracos durante as guerras:
ele ordenou os seus soldados de perdoarem os fracos, os idosos, as crianças, as mulheres, advertindo-os para não derrubarem casas, roubarem o comércio, cortarem árvores frutíferas.12
o profeta costumava estabelecer essas instruções aos seus soldados, fazendo-os prometerem cumprir as suas ordens por ser considerado o comandante geral das forças armadas.
quarto: seu perdão aos beduínos grosseiros:
1. o beduíno que falou com ele com descaramento:
abu mussa al ach’ari relatou que estava com o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) em ja’rána, entre makka e madina, juntamente com bilal. um beduíno foi ter com ele e lhe disse: “não vai me dar o que prometeu?” o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) lhe disse: “alegre-se pelo que vou lhe fazer.” o beduíno disse: “você sempre me diz para me alegrar!” então, o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) se voltou para mim e para bilal de forma zangada e disse: “o beduíno recusou as boas novas. por isso, vocês devem aceitá-la.” bilal e eu dissemos: “nós aceitamos.” o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) , então, pediu uma vasilha de água, lavou as mãos, o rosto nela e tomou um gole. em seguida, disse: bebam um pouco, molhem os rostos, o peito e fiquem contentes com as boas-novas.” tomamos a vasilha e fizemos o que ele mandou. ummu salama, por trás de uma cortina, disse: “guardem um pouco d’água para a vossa mãe” (quer dizer para ela, por ser esposa do profeta (deus o abençoe e lhe dê paz)). e eles deixaram um pouco para ela.13
2. o beduíno que acusou o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) de injustiça:
após a batalha de hunain (chauwal, ano 8 da hégira/janeiro de 630 d.c.), no dia da distribuição dos espólios entre o exército, o mensageiro de deus deu preferência a algumas pessoas na divisão. deu para pessoas que haviam se tornado muçulmanas recentemente e alguns nobres beduínos. um beduíno disse: “por deus, essa divisão não é justa e não se desejou com ela satisfazê-lo!” o companheiro, abdullah ibn mass’ud, apresentou a queixa ao profeta (deus o abençoe e lhe dê paz). o rosto do profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) mudou imediatamente. então disse: “quem é justo quando deus e o seu mensageiro não são justos?” disse, em seguida: “que deus tenha piedade de moisés. ele foi acusado por muito mais do que isso e teve paciência.”14
3. o beduíno que pagou o bem do profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) com o mal.
abu huraira relatou que um beduíno foi ter com o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) pedindo ajuda. o profeta lhe deu algo e lhe perguntou: “é suficiente?” o beduíno respondeu: “não, nem generoso foi.” os muçulmanos ficaram zangados com ele e queriam agredi-lo. o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) lhes indicou que o deixassem. então, levantou-se, entrou na casa e mandou o beduíno entrar. disse-lhe: “você veio nos pedir. demos-lhe algo, disse que era pouco.” o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz)lhe deu mais e lhe perguntou: “está satisfeito?” o beduíno respondeu: “sim! que deus lhe recompense em família e tribo.” o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) lhe disse: “você veio a nós pedindo ajuda e nós lhe demos. disse que era pouco. meus companheiros se zangaram por isso. se você gostar, diga a eles o que disse a mim para eliminar a zanga deles!” o beduíno disse que faria. no dia seguinte, foi ter com eles novamente. o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) disse: “o seu amigo veio ter conosco e pediu ajuda e nós lhe concedemos. ele não gostou. levamo-lo para casa e lhe demos mais e ele declarou que ficou satisfeito. não foi?” o beduíno disse: “sim! que deus o recompense em família e tribo.” o profeta (deus o abençoe e lhe dê paz) disse: “o meu exemplo e o desse beduíno é o de um homem que tinha uma fêmea de camelo que fugiu. as pessoas a perseguiram e ela fugiu mais ainda. o dono dela lhe disse: “deixem-na comigo, pois eu a conheço melhor do que vocês.” ele se dirigiu a ela levando um pouco de alimento e devagar, conseguiu pegá-la. se eu tivesse deixado vocês quando o homem disse aquilo, vocês o teriam matado e ele teria ido para o inferno.”15
esse tipo de proceder é um dentre as virtudes e a moral de mohammad. ele foi generoso, gentil, carinhoso e benfeitor ao lado da característica de perdão sobre o qual falamos. que deus abençoe e dê paz ao dono de excelente caráter.
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