Under category | Histórias de Novos Muçulmanos | |||
Creation date | 2015-07-15 11:37:34 | |||
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Quando me perguntam como eu me tornei muçulmana eu sempre respondo que eu sempre me senti uma crente no ÚNICO, mas eu só percebi o que isso significava quando eu li sobre uma religião chamada Islã e um livro chamado Alcorão.
Mas deixem-me primeiro começar com uma breve sinopse de meu histórico predominantemente católico irlandês tradicional.
O meu pai deixou o seminário após três anos de treino como um missionário. Ele era o mais velho de treze filhos, todos nascidos e criados na área de Boston. Duas de suas irmãs se tornaram freiras, como sua tia materna. O irmão mais novo do meu pai também estava no seminário, e o abandonou após nove anos, pouco antes de fazer seus votos finais. A minha avó acordava na alvorada para se vestir e ir até à igreja local para a missa da manhã, enquanto o resto da casa dormia. Eu lembro dela como uma mulher muito severa, gentil, justa, forte e profunda – algo nada usual naquela época. Eu tenho certeza que ela nunca ouviu falar do Islã, e que Deus a julgue de acordo com as crenças que ela mantinha em seu coração. Muitos que nunca ouviram falar do Islã oram para o Único por instinto, embora tenham herdado rótulos de várias denominações de seus ancestrais.
Eu estava inscrita em um jardim de infância católico aos 4 anos e passei os 12 anos seguintes de minha vida cercada por fortes doses de doutrinação trinitária. As cruzes estavam em todo lugar, o dia todo – nas próprias freiras, nas paredes da sala de aula, na igreja que freqüentávamos quase diariamente, e em quase todo cômodo da minha casa. Sem mencionar as estátuas e figuras sagradas – em todo lugar que você olhasse havia Jesus ainda bebê e sua mãe, Maria – algumas vezes felizes, outras vezes tristes, mas sempre classicamente brancos e com feições anglo-americanas. Uma variedade de figuras de anjos e santos estavam presentes, dependendo do feriado que se aproximava.
Eu tenho memórias vívidas de pegar lilases e lírios-do-vale de nosso jardim para fazer buquês que eu colocava no vaso na base da nossa maior estátua da Virgem Maria, no corredor próximo ao meu quarto. Ali eu me ajoelhava e orava, desfrutando do agradável aroma de flores frescas e serenamente contemplando o quão adorável era o longo cabelo castanho de Maria. Eu posso afirmar sem sombra de dúvidas que eu nunca orei PARA ELA ou senti que ela tivesse quaisquer poderes para me ajudar. O mesmo era verdadeiro quando eu segurava o meu rosário à noite na cama. Eu repetia as súplicas rituais do Pai Nosso e da Ave-Maria e o Glória ao Pai, tudo enquanto olhava para cima e dizia do fundo do meu coração – eu sei que só Tu existes, o Todo-Poderoso - eu só estou dizendo isso porque é tudo que eu aprendi.
No meu aniversário de doze anos a minha mãe me deu uma Bíblia. Como católicos nós não éramos encorajados a ler qualquer coisa exceto o nosso Catecismo de Baltimore, sancionado pelo Vaticano. Qualquer introspecção comparativa era negada e desacreditada. Ainda assim eu lia fervorosamente, procurando conhecer o que eu esperava ser uma estória sobre o meu criador. Eu fiquei ainda mais confusa. Esse livro era obviamente o trabalho de homens, complicado e difícil de entender. Mas era tudo que estava disponível.
Eu parei de freqüentar a igreja no meio da minha adolescência, como era a norma para a minha geração, e quando eu cheguei aos vinte anos, eu basicamente não tinha uma religião formal. Eu li muito sobre Budismo, Hinduísmo e até tentei a igreja Batista local por alguns meses. Elas não foram suficientes para prender a minha atenção, as primeiras eram muito exóticas e a última muito provinciana. Ainda assim através dos anos em que não pratiquei formalmente, não se passava um dia que eu não "conversasse com deus" especialmente quando eu ia dormir, sempre para agradecer por todas as bênçãos e pedir ajuda para qualquer problema que estivesse passando. Era sempre o mesmo ÚNICO a quem eu me dirigia, certa de que Ele estava ouvindo e confiante em Seu amor e proteção. Ninguém nunca me ensinou algo a esse respeito; era puro instinto.