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Creation date | 2015-07-04 11:56:39 | |||
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Através da história, certas religiões, devido à sua evolução, colocaram mais ênfase na forma interior de adoração, menosprezando no todo ou em parte a importância do exterior, enquanto outras colocaram mais ênfase nos atos aparentes e visíveis de rituais, diminuindo o valor da crença. Como mencionado anteriormente, no Islã, não existe separação absoluta entre o interior e o exterior - o estado interior produz e deve produzir manifestações exteriores, e condições e atos externos têm conseqüências interiores. Sem dúvida existe uma correspondência entre o estado interior e o exterior, e um tende a modificar o outro. Todas as intenções interiores levam a posturas e ações equivalentes. Geralmente pode-se julgar o estado interior de uma pessoa pelo seu exterior. Uma pessoa em desespero ou medo, por exemplo, tem uma certa postura e expressão em seu rosto. Da mesma forma, se certas atividades ou posturas são adotadas elas terão como resultado o estado interior equivalente.
Atos visíveis de adoração oferecidos a Deus são frutos da crença do muçulmano. Por essa razão, o Islã não apenas exige que uma pessoa acredite nas verdades supremas estabelecidas em sua doutrina, mas também que a crença em Deus produza ação visível. Não é suficiente alguém manter certas crenças de salvação mas, ao contrário, atos são essenciais para que se seja bem sucedido nessa vida e na outra.
Deus ordenou que os muçulmanos cumpram certos mandamentos ao longo do curso de suas vidas, exemplificados nos cinco pilares do Islã. Eles foram prescritos diariamente, como a oração, e anualmente, como a caridade compulsória e o jejum de Ramadã, ou no mínimo uma vez na vida, como o Hajj. Existem muitos outros atos de adoração prescritos no Islã além dos cinco pilares, alguns dos quais são obrigatórios e outros voluntários, com sua realização deixada a critério do muçulmano.
Embora exista um ritual conectado a esses atos de adoração, eles não devem ser confundidos com ritualismo ou regimentação. Atos de adoração devem ser feitos com plena consciência do que está sendo feito e consciência da presença de Deus. Atos realizados mecanicamente ou como hábitos só produzem autômatos e não facilitam o crescimento espiritual.
“Não é virtude que voltes tuas faces para o Levante e para o Poente, mas a virtude é de quem crê em Deus e no Dia do Juízo, nos anjos, no Livro e nos profetas; e de quem concede a riqueza a seus parentes, aos órfãos, aos necessitados e na libertação de cativos; e de quem cumpre a oração e paga o zakah; e dos que cumprem suas promessas quando as fazem; e dos que são perseverantes na adversidade e no infortúnio e em tempo de guerra. Esses são os que são verdadeiros e os que temem a Deus.” (Alcorão 2:177)
Deus não precisa de nossa adoração. A adoração foi legislada no Islã e em todas as religiões anteriores para o benefício da humanidade, tanto no sentido individual quanto social. A adoração é essencial para a manutenção da espiritualidade na vida dos muçulmanos e seu crescimento. A adoração formal treina o indivíduo a amar seu Criador e a desenvolver uma consciência constante de Deus. Deus diz:
“Ó humanos! Adorai vosso Senhor Que vos criou e aos que vieram antes de vós de modo que sejam virtuosos.” (Alcorão 2:21)
Deus também disse a Moisés:
“E estabelecem a oração em Minha lembrança.” (Alcorão 20:14)
Atos de adoração servem como um meio através do qual se lembra de Deus e se mantém um relacionamento com Ele. Os muçulmanos fazem a oração no mínimo cinco vezes ao dia de modo a manterem esse relacionamento. Quando se suplica, implora, louva Deus, recita versículos de Sua revelação, que foram chamados de “o Relembrador”[1], junto com outras formas de adoração ao longo do dia, elas alcançarão o sentido de que o Poder e Conhecimento de Deus está presente em todos os momentos, levando ao sentimento de consciência de Deus.
A adoração também cria um forte sentimento em um muçulmano para remover o mal de dentro de si mesmo, da comunidade, do ambiente e para estabelecer a palavra de Deus em todo o mundo. Deus diz:
“De fato a oração coíbe a obscenidade e o reprovável.” (Alcorão 29:45)
Quando uma pessoa passa o seu dia executando atos específicos de adoração, ela é constantemente relembrada do propósito da vida e seu objetivo final, e isso por sua vez a ajuda a ajustar sua vida de acordo com a Vontade de Deus, fazendo o que Lhe agrada e evitando o que Lhe desagrada.
Pode-ser ver claramente o impacto que a adoração tem a um nível coletivo. A sociedade é apenas um aglomerado de indivíduos, e quando os indivíduos são espiritualmente e moralmente elevados, a sociedade em si também será elevada. Idealmente, a sociedade sentirá que Deus está sempre a observando; uma sociedade para qual atos beneficentes de gentileza serão um adjetivo inseparável, e o pecado e o vício serão confinados e limitados.
Embora para alguns possa parecer que adoração e obediência a Deus sejam semelhantes à prisão e escravidão, a adoração de Deus e servidão a Ele na verdade libera os humanos de todos os tipos de subjugação. Uma pessoa se liberta das correntes da sociedade, companheiros e família, e se libera para agradar a Seu Único e Verdadeiro Senhor. Essa é a verdadeira liberdade que traz segurança e contentamento. A servidão a Deus é a fonte suprema de liberdade.