Under category | Histórias de Novos Muçulmanos | |||
Creation date | 2015-02-04 11:56:15 | |||
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Essa é uma longa e detalhada descrição dos tópicos em que sou mais questionada: minha vida espiritual, conversão, a resposta da família à minha conversão e meus planos futuros no Islã.
"Não, um rapaz não me converteu."
Fui cativada por Deus desde jovem. Como muitas crianças, olhava para as nuvens ou estrelas e imaginava quem, o que, onde, por que e como era Deus. Ao tentar verificar Sua presença, estabelecia experimentos para encontrar prova. Por exemplo, colocar um copo na mesa e pedir a Deus para movê-lo, para provar Sua existência. Sem resultados, variava o objeto, hora e tentava não olhar (talvez Deus não quisesse que O visse movê-lo?) Outra vez testei métodos diferentes de oração para ver quais "funcionavam". Entre muitas outras coisas, tentei orar sobre meu rosto, meus joelhos, de pé, tendo uma boa postura, esticando meus dedos, implorando-O, oferecendo um sacrifício, ou seja, "Deus, se me ajudar a conseguir uma bicicleta, nunca mais comerei sorvete." Depois de um tempo, percebi que se Deus fizesse o que pedia a Ele para Se provar a mim ou se houvesse um método de oração que garantisse meu resultado desejado, então eu teria sido Deus, não Ele.
Fui educada como cristã e, à medida que crescia, ia a denominações diferentes e perguntava aos ministros como sabiam, com certeza, que Deus existia. Pensava que essa deveria ser a pergunta que mais ouviam, mas ela quase nunca lhes é feita e, surpreendentemente, a maioria parece não gostar que lhe façam essa pergunta. Por fim, encontrei um pastor que não temia essa pergunta e que, de fato, a amava e apreciava a honestidade genuína de uma alma em busca. Era um intelectual - Rice University - Suma Cum Laude, mas o mais importante, era um indivíduo altamente espiritual. Respondeu a cada pergunta que fiz e introduziu-me a muitas teorias e princípios espirituais. Ajudou-me a transformar minha vida de orações, de comportamento infantil em que pedia tudo a Deus como se minhas orações fossem presentes de uma lista de desejos, em uma oração meditativa mais madura e em uma seguidora que ouve a orientação de Deus e segue Sua direção. Minha vida foi abençoada por tê-lo conhecido e a sua esposa.
Comecei a ensinar crianças na escola dominical com dezesseis anos. Amo ensinar crianças sobre Deus mais do que qualquer outra atividade no mundo e acredito que através de Deus, esse seja meu melhor talento. Tenho muitas histórias engraçadas sobre minhas experiências no ensino. Entretanto, se entrar nisso agora essa página, que já é muito longa, ficará ainda mais longa.
Um ano depois, pediram-me que começasse o treinamento de liderança cristã. Foi uma experiência valiosa, porque além de aprender princípios espirituais adicionais valiosos, aprendi que pastores são ensinados em termos de forças e fraquezas do argumento para o Cristianismo. Isso me deu uma fundamentação forte e única para argumentar sobre o Islã em relação ao Cristianismo.
No ano seguinte, pediram-me para servir na equipe dos ministérios de cura, ajudando aqueles que passavam por dificuldades físicas, espirituais ou emocionais. Senti-me uma felizarda em servir nesse setor porque estava cercada pelas melhores pessoas, na melhor igreja que já tinha frequentado. Era muito mais jovem e tinha muito menos experiência que o restante do grupo e completamente fora do meu nível. Ainda assim fiquei, porque possuíam um conhecimento que desejava. Sempre quis saber "o que dizer" e "o que não dizer" àqueles em circunstâncias desesperadas. Decidi que a menos que o resto da equipe descobrisse o que estava em minha cabeça, não diria. Mais uma vez, senti que minha vida tinha sido abençoada imerecidamente por estar próxima e aprender com aqueles que mais admirava. Às vezes, entretanto, uma vez que não estava nem perto de seu nível avançado, olhava ao redor no quarto e começava a pensar na música de "Vila Sésamo":
"Uma dessas coisas não é como as outras. Uma dessas coisas está fora do lugar."
Também tenho muitas histórias engraçadas e interessantes do trabalho com essa equipe de cura, mas ficaria muito longo.
Em algum momento comecei a avaliar meus companheiros de equipe - as pessoas que pensava serem a elite mais sábia e espiritual. Embora fossem superiores a mim em todas as formas, pensava comigo mesma que não estavam onde gostaria de estar quando chegasse à idade deles. Percebi uma distância de Deus no Cristianismo. Discuti isso com meu pastor, afirmando que queria desenvolver minha relação com Deus. Sugeriu que eu tentasse orar mais frequentemente durante o dia, mencionando que os muçulmanos oram cinco vezes ao dia, o que supostamente ajuda nessa questão. Claro que ele não estava tentando despertar meu interesse no Islã. Ainda assim o fez.
Tinha outras dificuldades com o Cristianismo. O conceito de que o paraíso só podia ser obtido através de ter Jesus como Salvador com as boas e más ações sem relevância no esquema das coisas, era uma ideia que sempre desafiou o bom senso, para mim. Teoricamente, no Cristianismo, uma pessoa que peca todo dia, a cada dia de sua vida, irá para o paraíso se aceitar Jesus como seu salvador, um segundo antes de morrer. O homem que faz o bem todos os dias de sua vida e não aceita Jesus como seu salvador durante sua vida, está sentenciado ao inferno eterno. Que sentido isso faz? Existem muitos problemas adicionais com o Cristianismo, mas não entrarei neles nesse ponto.