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Creation date | 2014-10-25 11:49:30 | |||
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Já estabelecemos que Jesus, filho de Maria, ou como ele é chamado pelos muçulmanos, Eissa ibn Maryam, realizou seu primeiro milagre enquanto estava embalado nos braços de Maria. Pela permissão de Deus ele falou, e suas primeiras palavras foram “Sou um servo de Deus” (Alcorão 19:30). Ele não disse “Sou Deus” ou mesmo “Sou o filho de Deus”. Suas primeiras palavras estabeleceram a fundação de sua mensagem e sua missão: chamar o povo de volta para a pura adoração do Deus Único.
Na época de Jesus o conceito de Deus Único não era novo para os Filhos de Israel. O Torá tinha proclamado “Ouça, Ó Israel, o Senhor teu Deus é Um,” (Deuteronômio: 4). Entretanto, as revelações de Deus foram mal interpretadas e abusadas, e corações se endureceram. Jesus veio para denunciar os líderes dos Filhos de Israel, que caíram em vidas materialistas e de luxúria, e confirmar a lei de Moisés encontrada no Torá que tinham mudado.
A missão de Jesus era confirmar o Torá, tornar lícitas coisas que eram previamente ilícitas e proclamar e reafirmar a crença em Um Criador. O Profeta Muhammad disse:
“Todo Profeta foi enviado exclusivamente para sua nação, mas eu fui enviado para toda a humanidade” (Saheeh Bukhari).
Portanto, Jesus foi enviado para os israelitas.
Deus diz no Alcorão que Ele ensinou a Jesus o Torá, o Evangelho e a Sabedoria.
“E Ele o ensinou o Livro e a Sabedoria, o Torá e o Evangelho.” (Alcorão 3:48)
Para propagar sua mensagem de forma efetiva, Jesus entendeu o Torá e foi provido com sua própria revelação vinda de Deus – o Injeel, ou Evangelho. Deus também dotou Jesus com a habilidade para guiar e influenciar seu povo com seus sinais e milagres.
Deus apoiou todos os Seus Mensageiros com milagres que eram observáveis e faziam sentido para o povo o qual o Mensageiro havia sido enviado. No tempo de Jesus os israelitas eram muito desenvolvidos no campo da medicina. Consequentemente, os milagres que Jesus realizou (pela permissão de Deus) eram dessa natureza e incluíam devolver a visão ao cego, curar leprosos e ressuscitar os mortos. Deus disse:
“... de quando, com o Meu beneplácito, curaste o cego de nascença e o leproso” (Alcorão 5:110)
Nem o Alcorão nem a Bíblia se referem à infância de Jesus. Podemos imaginar, entretanto, que como filho na família de Imran, era uma criança virtuosa devotada ao aprendizado e ansioso para influenciar as crianças e adultos à sua volta. Depois de mencionar que Jesus falou no berço, o Alcorão imediatamente relata a história de Jesus moldando a figura de um pássaro de argila. Ele soprou e pela permissão de Deus se tornou um pássaro.
“…plasmarei de barro a figura de um pássaro, à qual darei vida, e a figura será um pássaro, com beneplácito de Deus.” (Alcorão 3:49)
O Evangelho da Infância de Tomé, parte de um conjunto de textos escritos por cristãos primitivos não aceitos na doutrina do Velho Testamento, também se refere a essa história. Ele relata com alguns detalhes a história do jovem Jesus moldando pássaros de argila e soprando-lhes a vida. Embora fascinante, os muçulmanos só acreditam na mensagem de Jesus como relatada no Alcorão e nas narrativas do Profeta Muhammad.
É exigido que os muçulmanos acreditem em todos os livros revelados por Deus para a humanidade. Entretanto, a Bíblia, como existe hoje, não é o Evangelho que foi revelado ao Profeta Jesus. As palavras e sabedoria de Deus dadas a Jesus foram perdidas, ocultadas, mudadas e distorcidas. O destino dos textos apócrifos dos quais o Evangelho da Infância de Tomé faz parte, é testemunha disso. Em 325 AD, o Imperador Constantino tentou unificar a fragmentada Igreja Cristã ao convocar um encontro de bispos de todo o mundo conhecido. Esse encontro ficou conhecido como o Concílio de Nicéia, e seu legado foi a doutrina da Trindade, previamente inexistente, e a perda de algo em torno de 270 a 4.000 evangelhos. O concílio ordenou a queima de todos os evangelhos não considerados merecedores de estarem na nova Bíblia, e o Evangelho da Infância de Tomé foi um deles.[1] Entretanto, cópias de muitos evangelhos sobreviveram e, embora não estejam na Bíblia, são valiosos por sua significância histórica.
Os muçulmanos acreditam que Jesus recebeu revelação de Deus, mas não registrou por escrito uma única palavra, nem instruiu seus discípulos a fazê-lo.[2] Não há necessidade para um muçulmano tentar provar ou contestar os livros dos cristãos. O Alcorão nos liberta da necessidade de saber se a Bíblia que temos hoje contém a palavra de Deus, ou as palavras de Jesus. Deus disse:
“Ele te revelou (ó Muhammad) o Livro (paulatinamente) com a verdade corroborante dos anteriores.” (Alcorão 3:3)
E também:
“Em verdade, revelamos-te o Livro corroborante e preservador dos anteriores. Julga-os, pois, conforme o que Deus revelou e não sigas os seus caprichos, desviando-te da verdade que te chegou.” (Alcorão 5:48)
Qualquer conhecimento benéfico para os muçulmanos existente no Torá ou no Injeel é afirmado claramente no Alcorão. Todo o bem encontrado nos livros anteriores é agora encontrado no Alcorão.[3] Se as palavras do Novo Testamento de hoje concordam com as palavras do Alcorão, então essas palavras são provavelmente parte da mensagem de Jesus que não foi distorcida ou perdida com o tempo. A mensagem de Jesus era a mesma mensagem que todos os Profetas de Deus ensinaram a seus povos. O Senhor seu Deus é Um, então adorem somente a Ele. E Deus disse no Alcorão sobre a história de Jesus:
“Esta é a puríssima verdade: não há mais divindade além de Deus, Que não tem esposa e nem filho. E Deus é o Poderoso, o Prudentíssimo.” (Alcorão 3:62)