Under category | Histórias de Novos Muçulmanos | |||
Creation date | 2014-04-02 15:25:46 | |||
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Um dia na primavera de 1991 vim a saber que os muçulmanos acreditavam na Bíblia. Estava chocado. Como isso era possível? Mas não era tudo. Eles acreditavam em Jesus como:
* Um verdadeiro mensageiro de Deus;
* Profeta de Deus;
* Nascimento milagroso sem intervenção humana;
* Era o “Cristo” ou Messias como vaticinado na Bíblia;
* Ele está com Deus agora e o mais importante;
* Voltará nos Últimos Dias para liderar os crentes contra o “Anticristo”.
Depois de “ganhar almas para o Senhor por Jesus” dia após dia, seria uma grande façanha para mim pegar um desses muçulmanos e “convertê-lo” ao Cristianismo.
Perguntei se ele gostava de chá e ele disse que sim. Então fomos para uma pequena loja no mall para sentar e conversar sobre meu assunto favorito: crenças. Enquanto sentamos naquela pequena cafeteria por horas conversando (eu falei a maior parte do tempo) vim a saber que ele era muito agradável, quieto e até um pouco tímido. Ele ouvia atentamente a cada palavra que eu tinha a dizer e não interrompeu uma única vez. Gostei do jeito desse homem e pensei que ele tinha potencial para se tornar um bom cristão. - Pouco sabia eu do curso dos eventos que estavam prestes a se revelar na frente dos meus olhos.
Primeiro, concordei com meu pai que devíamos fazer negócios com esse homem e até encorajei a idéia dele viajar comigo em minha viagem de negócios na região norte do Texas. Dia após dia, cavalgávamos juntos e discutíamos vários assuntos pertencentes às diferenças crenças que as pessoas têm. E no processo eu pude, claro, inserir alguns dos meus programas de adoração e louvor favoritos do rádio para ajudar a levar a mensagem a esse pobre indivíduo. Conversamos sobre o conceito de Deus; o significado da vida; o propósito da criação; os profetas e suas missões proféticas e como Deus revela Sua Vontade à humanidade. Também compartilhamos muitas experiências e idéias pessoais.
Um dia eu soube que meu amigo Mohamed ia sair da casa que compartilhava com um amigo e iria morar na mesquita por um tempo. Fui até o meu pai e perguntei a ele se podíamos convidar Mohamed para vir para nossa grande casa no interior e ficar lá conosco. Afinal, podíamos dividir um pouco do trabalho e algumas despesas, e ele estaria perto quando estivéssemos prontos para viajar. Meu pai concordou e Mohamed se mudou.
Claro que eu continuava a encontrar tempo para visitar meus amigos pregadores e evangelistas no estado do Texas. Um deles vivia na fronteira do Texas com o México e outro vivia próximo à fronteira de Oklahoma. Um pregador gostava de carregar uma enorme cruz de madeira que era maior que um carro. Ele a carregava sobre seus ombros arrastando a base no chão e ia pela estrada puxando essas duas vigas em forma de cruz. As pessoas paravam seus carros, iam até ele e perguntavam o que estava acontecendo e ele lhes dava panfletos e livretos sobre o Cristianismo.
Um dia meu amigo com a cruz teve um infarto e teve que ir ao Hospital dos Veteranos, no qual ficou por um bom tempo. Costumava visitá-lo no hospital várias vezes na semana e levava Mohamed comigo com a esperança de que pudéssemos compartilhar no assunto de crenças e religiões. Meu amigo não estava muito impressionado e era óbvio que não queria saber nada sobre o Islã. Então um dia um homem que dividia o quarto com meu amigo entrou no quarto em sua cadeira de rodas. Fui até ele, perguntei seu nome e ele disse que isso não importava e quando perguntei de onde ele era, ele disse que era do planeta Júpiter. Pensei sobre o que ele disse e então comecei a me perguntar se estava na ala cardíaca ou psiquiátrica.
Sabia que o homem estava solitário e deprimido e precisava de alguém em sua vida. Então comecei a “testemunhar” para ele sobre o Senhor. Li para ele o livro de Jonas no Velho Testamento. Compartilhei a história do profeta Jonas que tinha sido enviado pelo Senhor para chamar seu povo para o caminho correto. Jonas tinha deixado seu povo e escapado de barco para deixar sua cidade e foi para o mar. Veio uma tempestade, o barco quase virou e as pessoas a bordo jogaram Jonas para o lado do barco. Uma baleia surgiu na superfície e pegou Jonas, engoliu-o e foi para o fundo do mar, onde ele ficou por 3 dias e 3 noites. Por causa de Sua Misericórdia, Deus fez com que a baleia subisse à superfície e cuspisse Jonas para que ele retornasse em segurança para sua cidade em Nínive. E a idéia era que nós não podemos fugir de nossos problemas porque sempre sabemos o que fizemos. E mais, Deus sempre sabe o que fizemos.
Depois de compartilhar essa história com o homem na cadeira de rodas, ele se desculpou comigo. Disse que lamentava seu comportamento rude e que tinha passado por problemas realmente sérios recentemente. Disse que queria confessar algo para mim. Eu disse que não era um padre católico e não lidava com confissões. Ele respondeu que sabia disso. De fato, disse ele, “eu sou um padre católico.”
Estava chocado. Estava tentando pregar o Cristianismo para um padre. O que estava acontecendo?