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Creation date | 2014-02-15 15:13:44 | |||
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Uma das vezes em que Deus realizou milagres nas mãos do Profeta foi quando os habitantes de Meca exigiram ver um milagre de Muhammad para mostrar sua autenticidade. Deus dividiu a lua em duas metades separadas e depois as reuniu. O Alcorão registrou o evento:
“A Hora (do Juízo) se aproxima, e a lua se fendeu.” (Alcorão 54:1)
O Profeta Muhammad recitava esses versículos do Alcorão em grandes congregações da oração semanal de sexta-feira e nas orações bianuais do Eid.[1] Se o evento nunca tivesse acontecido, os próprios muçulmanos teriam duvidado de sua religião e muitos a teriam abandonado! Os habitantes de Meca teriam dito, ‘Hei, seu profeta é um mentiroso, a lua nunca se dividiu e nós nunca a vimos dividida!’ Ao contrário, os crentes ficaram mais fortes em sua fé e a única explicação que os habitantes de Meca puderam arranjar foi que era ‘um passe de mágica!’
“A Hora (do Juízo) se aproxima, e a lua se fendeu.” Porém, se presenciam algum sinal, afastam-se, dizendo: É magia reiterada! E o rejeitam, e persistem em suas luxúrias; porém, cada coisa terá o seu fim.” (Alcorão 54:1-3)
A divisão da lua é confirmada por testemunhos oculares transmitidos através de uma cadeia ininterrupta de eruditos confiáveis. Foram tantos que é impossível que sejam falsos (hadith mutawatir).[2]
Um cético pode perguntar se nós temos qualquer evidência histórica independente para sugerir que a lua alguma vez se dividiu. Afinal, as pessoas ao redor do mundo devem ter visto esse evento maravilhoso e tê-lo registrado.
A resposta a essa questão é dada em duas partes.
Primeiro, as pessoas ao redor do mundo não poderiam tê-lo visto já que seria dia, tarde da noite ou muito cedo pela manhã em muitas partes do mundo. A tabela a seguir dará ao leitor alguma idéia dos horários correspondentes às 9 da noite em Meca em algumas partes do mundo:
País |
Hora |
Meca |
21:00 hs. |
Índia |
23:30 hs. |
Perth (Austrália) |
2:00 hs. |
Reykjavik (Islândia) |
18:00 hs. |
Washington D.C. |
14:00 hs. |
Rio de Janeiro |
15:00 hs. |
Tóquio |
3:00 hs. |
Beijing |
2:00 hs. |
Além disso, não é provável que um grande número de pessoas nas terras próximas estivessem observando a lua no mesmo exato momento. Elas não tinham razão para isso. Mesmo se alguém o fez, não significa necessariamente que as pessoas acreditaram nele e mantiveram um registro escrito, especialmente quando muitas civilizações na época não preservavam sua própria história por escrito.
Segundo, nós temos uma corroboração histórica, independente e muito surpreendente do evento, de um rei da Índia daquela época.
Querala é um estado da Índia. O estado se estende 580 quilômetros ao longo da Costa do Malabar no lado sudoeste da península indiana.[3] O rei Chakrawati Farmas de Malabar era um rei da dinastia Chera, Cheraman Perumal de Cranganor. Está registrado que ele viu a divisão da lua. O incidente está documentado em um manuscrito mantido na India Office Library (Biblioteca da Índia, em tradução livre), em Londres, com número de referência “Arabic, 2807, 152-173”.[4] Um grupo de mercadores muçulmanos que passava por Malabar em seu caminho para a China falou com o rei sobre como Deus apoiou o profeta árabe com o milagre da divisão da lua. O rei, chocado, disse que ele também o tinha visto com os seus próprios olhos. Ele delegou o poder ao seu filho e partiu para a Arábia para encontrar o Profeta em pessoa. O rei de Malabar encontrou o Profeta, fez os dois testemunhos de fé, aprendeu os fundamentos da fé, mas morreu no caminho de volta e foi enterrado na cidade do porto de Zafar, Iêmen.[5]
Diz-se que o grupo era liderado por um muçulmano, Malik bin Dinar, e continuou até Cranganor, a capital Chera, e construiu a primeira e mais antiga mesquita da Índia no ano de 629 EC, que continua a existir até hoje.
As notícias de sua aceitação do Islã alcançaram Querala, onde as pessoas aceitaram o Islã. As pessoas de Laquedivas e os habitantes de Calecute, da província de Querala, são convertidos daqueles dias.
O avistamento e o encontro do rei indiano com o Profeta Muhammad também é relatado em fontes islâmicas. O famoso historiador muçulmano, Ibn Kathir, menciona a divisão da lua da forma como ela foi relatada em partes da Índia.[6] Os livros de hadith também documentaram a chegada do rei indiano e seu encontro com o Profeta. Abu Sa’id al-Khudri, um companheiro do Profeta Muhammad, afirma:
“O rei indiano presenteou o Profeta com um jarro de gengibre. Os companheiros o comeram aos poucos. Eu também comi um pedaço.”[7]
O rei foi então considerado um ‘companheiro’ – um termo usado para uma pessoa que encontrou o Profeta e morreu como muçulmano – com o seu nome registrado nos mega-compêndios que registram os companheiros do Profeta.[8]
Poucos meses antes da migração de Meca para Medina, Deus levou Muhammad da Grande Mesquita em Meca para a Mesquita de al-Aqsa em Jerusalém durante uma noite, um mês de viagem de 1.230 km para uma caravana. De Jerusalém ele ascendeu aos céus, passando dos limites do universo físico para estar na presença divina, encontrar Deus, e testemunhar os Grandes Sinais (al-Ayat ul-Kubra). Sua verdade se tornou aparente de duas formas. Primeiro, ‘o Profeta descreveu as caravanas que tinha ultrapassado no caminho para casa, disse onde estavam e quando poderiam ser esperadas em Meca; cada uma chegou conforme previsto, e os detalhes foram como ele havia descrito.’[9] Segundo, nunca se soube que ele tivesse estado em Jerusalém e ainda assim ele descreveu a Mesquita de al-Aqsa para os céticos como se fosse uma testemunha ocular.
A viagem mística é mencionada no Alcorão:
“Glorificado seja Aquele que, durante a noite, transportou o Seu servo, tirando-o da Sagrada Mesquita (em Meca) e levando-o à Mesquita de Al-Aqsa (em Jerusalém), cujo recinto bendizemos, para mostrar-lhe alguns dos Nossos sinais. Sabei que Ele é Oniouvinte, o Onividente.” (Alcorão 17:1)
“Disputareis, acaso, sobre o que ele viu? Realmente o viu, numa Segunda descida, junto ao limite da árvore de lótus, próxima a qual está o jardim da morada (eterna). Quando aquela coisa envolvente cobriu a árvore de lótus, não desviou o olhar, nem transgrediu. Em verdade, presenciou os maiores sinais do seu Senhor.” (Alcorão 53:12-18)
O evento também é confirmado por testemunhos oculares transmitidos através dos tempos com uma cadeia ininterrupta de eruditos confiáveis (hadith mutawatir).[10]
[1] Saheeh Muslim.
[2] Ver ‘Nadhm al-Mutanathira min al-Hadith al-Mutawatir,’ de al-Kattani p. 215.
[3] “Kerala.” Enciclopédia Britânica de Encyclopædia Britannica Premium Service. (http://www.britannica.com/eb/article-9111226)
[4] É citado no livro “Muhammad Rasulullah,” de Muhammad Hamidullah: “Existe uma antiga tradição em Malabar, costa sudoeste da Índia, que Chakrawati Farmas, um de seus reis, observou a divisão da lua, o milagre celebrado do Sagrado Profeta, em Meca, e sabendo que havia uma previsão da chegada de um Mensageiro de Deus na Arábia, nomeou seu filho como regente e partiu para encontrá-lo. Ele abraçou o Islã nas mãos do Profeta e quando voltava para casa, sob orientação do Profeta, morreu no porto de Zafar, Iêmen, onde a tumba do “rei indiano” foi visitada por muitos séculos.”
[5] ‘Zafar: bíblico Sefar, clássico Safar, antigo lugar árabe localizado a sudoeste de Iarim, no sul do Iêmen. Foi a capital dos Himiaritas, uma tribo que governou boa parte do sul da Arábia de 115 BC até por volta de 525 AD. Até a conquista Persa (c. 575 AD) Zafar era uma das mais importantes e celebradas cidades no sul da Arábia – um fato atestado não somente por geógrafos e historiadores árabes mas também por autores gregos e romanos. Após a extinção do reino de Himiar e o surgimento do Islã, Zafar gradualmente decaiu.’ “Zafar.” Enciclopédia Britânica de Encyclopædia Britannica Premium Service. (http://www.britannica.com/eb/article-9078191)
[6] ‘Al-Bidaya wal-Nihaya,’ de Ibn Kathir, vol 3, p. 130.
[7] Relatado por Hakim em ‘Mustadrik’ vol 4, p. 150. Comentários de Hakim, ‘Eu não memorizei qualquer outro relato afirmando que o Profeta comeu gengibre.’
[8] ‘Al-Isaba’ de Ibn Hajr, vol 3. p. 279 e ‘Lisan ul-Mizan’ de Imam al-Dhahabi, vol. 3 p. 10 sob o nome de ‘Sarbanak’, com o qual os árabes o conheciam.
[9] ‘Muhammad: His Life Based on the Earliest Sources’ (Muhammad: Sua Vida Baseada nas Primeiras Fontes, em tradução livre) de Martin Lings, p. 103.
[10] Quarenta e cinco companheiros do Profeta transmitiram os relatos sobre sua Viagem Noturna e a Ascensão aos Céus. Veja os trabalhos dos mestres em hadith: ‘Azhar al-Mutanathira fi al-Ahadith al-Mutawatira’ de al-Suyuti p. 263 e ‘Nadhm al-Mutanathira min al-Hadith al-Mutawatir,’ de al-Kattani p. 207.