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Creation date | 2014-01-04 16:00:27 | |||
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A misericórdia no Islã também se estende aos inimigos, em tempos de guerra e paz, como o Profeta costumava encorajar seus Companheiros a manter os laços familiares com parentes que continuavam descrentes contatando-os e lhes dando presentes.
Em tempos de guerra Deus ordenou aos muçulmanos conceder refúgio aos inimigos se eles pedirem, e proibiu que qualquer um os prejudicasse. Está declarado no Alcorão, onde Deus diz:
“Se alguns dos idólatras procurar a tua proteção, ampara-o, para que escute a palavra de Deus e, então, escolta-o até que chegue ao seu lar, porque (os idólatras) são homens sem conhecimento.” (Alcorão 9:6)
Quanto ao Profeta, ele proibiu seus Companheiros de causar qualquer dano aos idosos, feridos, mulheres, crianças e pessoas em locais de adoração. Também foi proibida a destruição de plantações. Desfigurar os corpos dos inimigos foi estritamente banido e foi ordenado que tivessem um enterro rápido como forma de respeito.
As ordens do Profeta com relação a cativos eram estritamente obedecidas por seus Companheiros. Em uma das histórias sobre uma batalha relatada por um cativo, ele diz que estava com uma família muçulmana depois de ser capturado. Toda vez que faziam suas refeições costumavam dar-lhe preferência, oferecendo pão enquanto comiam apenas tâmaras.
Quando o Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, entrou vitoriosamente em Meca depois de derrotar os coraixitas, ele se aproximou deles e perguntou:
“Como esperam que eu os trate?”
Eles responderam: “Tu és um irmão nobre e o filho de um irmão nobre! Não esperamos nada de ti, exceto bondade.”
Então o Profeta anunciou: “Falo com as mesmas palavras que Yusuf (o profeta José) falou a seus irmãos:
“Hoje não sereis recriminados! Eis que Deus vos perdoará, porque é o mais clemente dos misericordiosos” (Alcorão 12:92)
Vão, porque na verdade estão livres.”
Nesse dia, quando não se esperava tolerância e perdão, o Profeta estabeleceu um exemplo de misericórdia e perdão ao libertar todos os cativos sem pedir resgate, perdoando-os pela perseguição e tortura brutal dos muçulmanos, que foi contínua durante os primeiros 13 anos da mensagem do Islã.
Os animais não foram ignorados e receberam muitos direitos no Islã. Por exemplo, quando o Profeta viu um burro com a face marcada a ferro, ele disse:
“Não chegou a vocês que amaldiçoei aquele que marca ou bate em um animal na face?” (Saheeh Muslim)
O Profeta uma vez disse que uma mulher foi enviada ao Inferno por causa de um gato que ela aprisionou, sem alimentá-lo ou libertá-lo para que ele caçasse seu próprio alimento. Por outro lado, o Profeta disse que um homem entrou no Paraíso por dar água a um cão que ofegava de sede no deserto.
O Profeta proibiu que as facas fossem afiadas na frente dos animais antes do abate. Além disso, o abate de um animal na frente de outro foi proibido. Isso fica claro em um dos ditos proféticos:
“Deus requer misericórdia em tudo. Então, sejam misericordiosos quando matarem e abaterem: afiem sua lâmina para aliviar a dor” (Saheeh Al-Bukhari).
Um dos Companheiros relatou esse incidente: quando viajavam com o Profeta encontraram um pássaro com seus filhotes e os retiraram de sua mãe. O pássaro veio e começou a bater suas asas e, então, o Profeta perguntou:
“Quem angustiou esse pássaro pegando seus filhotes? Retorne-os imediatamente” (Saheeh Al-Bukhari).
Os direitos dos animais foram afirmados pelo Profeta quando disse que qualquer um que usasse um ser vivo como alvo estava amaldiçoado. Forçar animais a lutar até que um chifre o outro também é estritamente proibido, porque os animais têm sentimentos e isso seria tortura para eles.
O conceito islâmico de misericórdia é holístico e enfatiza a interconectividade de toda a criação entre si e com o Criador. A misericórdia começa com Deus e é concedida por Ele a toda criatura viva. Os animais e seres humanos têm misericórdia uns com os outros, para viver em harmonia uns com os outros e, por sua vez, ao terem misericórdia eles próprios recebem mais misericórdia de Deus. Essa visão do Islã encoraja a quebra de barreiras entre os povos e é a base essencial na qual a vida e a civilização são construídas.